quarta-feira, 7 de agosto de 2013

A incoerência da Cesta Básica Nacional e a verdadeira inflação

Você sabia que os alimentos que compõem a cesta básica foram estipulados em decreto presidencial de 1938? Sim, foi pelo Decreto 399 de 1938.

     Abaixo, a Cesta Básica para Porto Alegre. Ela é igual nos estados da região Sul, mas diferente na região Sudeste, diferente da região Nordeste, etc. Isto é, em cada região do país variam-se a quantidade dos alimentos e também o tipo de alimento. Por isso, discordo que seja feito um ranking nacional da mais barata a mais cara, pois não podemos comparar Cestas de alimentos com quantidades e produtos diferentes. Por exemplo, na região norte entra apenas R$ 4,5Kg de carne, mas o tomate sobe para 12 kg!
     A Cesta básica é a ração necessária para uma pessoa sobreviver no mês na parte de alimentação. Eu gostaria de saber qual pessoa que come sozinha num mês 12 kg de tomate! A cesta do sul que já tem 9 kg de tomate é um absurdo. Outra, atualmente pobre não passa mais manteiga no pão, mas sim margarina, que custa 1/5 do preço da manteiga.
     Está na hora de atualizarmos a cesta básica, pois mudou em muito o padrão de consumo de qualquer cidadão.
     Noticiários de todo o país deram mostraram que a Cesta Básica teve uma queda de 7,5%, ora, a única coisa que caiu de preço é um produto sazonal como o Tomate, como que isso fizesse extrema diferença nos gastos do trabalhador. Na minha casa, por exemplo, mal compramos tomate! Se for meio quilo no mês, é muito.

Por isso, o que as pessoas devem saber, é que cada família tem a sua própria inflação nos alimentos, tem seu padrão de consumo, entretanto, o valor gasto mensalmente no supermercado não engana, a cada mês gasta-se mais que o mês anterior. 

Casei-me em Agosto de 2008, naquele mês se parei R$ 400,00 para os gastos de supermercado do mês, deu tranquilo. Lembro-me que até o final do ano, pouca coisa variou. Hoje separo mais de R$ 1 mil e sempre acaba passando o valor. Ora, a inflação pelo INPC acumulada de Agosto de 2008 a Julho de 2013 foi de apenas 30,98%, então pela lógica meu gasto deveria estar em R$ 523,98.

A verdade é que a inflação dos alimentos é um, dos demais produtos é outro. São tantos os produtos e serviços que são usados para o cálculo da inflação, que o aumento real dos alimentos acaba sendo diluído no índice geral. Outro ponto é peso dos alimentos na renda do trabalhador, que considero subestimado pelos órgãos de pesquisa.

Para verem que o que falo é verdade, compare quanto você pagava para almoçar fora em 2008, o valor do Kilo do Buffet e quanto paga agora. Lembro-me que em 2008 pagava em torno de R$ 19,90 e hoje no mesmo restaurante o valor está em R$ 36,00. Eis a inflação real!


Produto
Quantidade
Preço
Carne
6,6kg
R$ 110,88
Leite
7,5 L
R$ 17,48
Feijão
4,5kg
R$ 21,15
Arroz
3kg
R$ 6,66
Farinha
1,5Kg
R$ 3,11
Batata
6Kg
R$ 21,66
Tomate
9Kg
R$ 28,53
Pão
6kg
R$ 39,12
Café
600g
R$ 8,05
Banana
7,5dz
R$ 26,25
Açúcar
3kg
R$ 5,10
Óleo
1080ml
3,23
Manteiga
750g
R$ 14,69

Total
R$ 305,91

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Brasil, o país do passe livre e dos anarquistas.

     A sistemática é simples, quando um não paga ou paga metade, alguém terá de pagar por ele. Ao longo dos últimos anos no Brasil, criou-se inúmeros benefícios assistenciais para tudo quanto é setor social ou minoria social.
     Por que os estudantes pagam apenas meia entrada no cinema? Ah, porque estudante tem que ter acesso a cultura, estudante não tem dinheiro, etc. Esta afirmação é uma completa balela, pois é sabido que os estudantes brasileiros de ensino médio e universitários, gastam muito, mas muito mesmo em bebida alcoólica e em casas noturnas, além do celular mais caro e último tipo de pelo menos R$ 500,00, ou tênis de R$ 300,00, calça Jeans de R$ 200,00 e por aí vai, isso mesmo nos bairros das classes D e E. Em qualquer festa o mínimo que irão gastar é de R$ 30,00 para cima, Mas pagar R$ 0,10  centavos a mais na passagem de ônibus é absurdo total para eles. Não era por R$ 0,20? Vinte centavos é para o trabalhador informal, o autônomo, que tem que pagar a tarifa integral, para o estudante o impacto seria de R$ 0,10 apenas.
   
Temos no Brasil o  famigerado Bolsa Família, que prolifera a miséria social, motivando as famílias já miseráveis a terem cada vez mais filhos, acham que com a esmola recebida, quanto mais filhos melhor, pois maior será a esmola paga pelo governo.

O governo Tarso Genro do RS veio com a proposta do passe livre estudantil no transporte intermunicipal das regiões metropolitanas. Ora, quem vai pagar a conta? Toda a sociedade. Já veio ao mesmo tempo dizendo que terá que aumentar impostos para cobrir o tal passe livre. Motivo óbvio.

A juventude atual quer tudo de mão beijada, querem tudo sem o mínimo esforço, e principalmente querem tudo sem ter que trabalhar para isso. Estamos criando uma geração de vadios e vagabundos, geração de comunistas e anarquistas que querem socializar o dinheiro dos outros sem ter que trabalhar. Vendo muitos invadirem Câmara de Vereadores da cidade de Porto Alegre, ficarem lá por dias acampados, fiquei me perguntando, esse povo não estuda?? Não trabalha? Ora, são estudantes mas estão matando aula, pois os cursos que fazem só criam comunistas e anarquistas, com pensamento de dependência total dos governos para tudo e sem trabalho. Relatório divulgado recentemente mostra que quase a maioria dos estudantes que fizeram a invasão da Câmara de Vereadores de Porto Alegre são do curso de Ciências Sociais da UFRGS. Estamos formando baderneiros  e anarquistas com dinheiro público. Um absurdo.

Os protestos atuais me fizeram lembrar do movimento "Ocupe Wall Street" em Nova York. Ficaram meses lá acampados contra os investidores do mercado financeiro e contra os bancos, de nada serviu e o movimento morreu à míngua. Uma centena de vadios numa sociedade onde o lema sempre foi o liberalismo econômico e a livre relação de trabalho, que proporciona para quem quer trabalhar, prosperidade, sociedade esta, que até hoje desperta o pensamento dos latinos para irem morar e trabalhar e fazem de tudo para entrar ilegalmente nos EUA.

Se fosse tão ruim o liberalismo econômico, por que existem milhões e milhões de latinos que imigraram para lá? Saíram de seus países economicamente fechados e subdesenvolvidos, países que sempre tiveram o lema esquerdista de "Che Guevara" para uma sociedade de ideologia oposta, contra-censo. não?

Quando ouço de projetos no Congresso para dar passe livre para estudantes e desempregados em ônibus interestaduais, chego a rir, pois é completo absurdo, se eles não pagarem, alguém irá pagar por eles. E outra, como a economia informal grande que temos, se declarar desempregado é coisa mais fácil do mundo. Última assinatura na carteira há mais de 10 anos, e de lá para cá viveu apenas do ar e se diz desempregado.

Sinceramente, não vejo futuro promissor para o país com a juventude atual.
Enquanto os chineses estão maciçamente estudando engenharias, novas tecnologias, criando seus próprios trens-balas e falando inglês, a juventude brasileira quer é passe livre aqui, não pagar ali e ganhar tudo de graça sem trabalhar, sem se preparar para a realidade do mundo no mercado de trabalho, onde vence o mais qualificado.

Vamos continuar no futuro a importar tudo da China, pois enquanto nossos estudantes estão protestando por porcarias e fazendo arruaça, os deles estão dentro da sala de aula estudando e se preparando para o mercado de trabalho com alta capacitação.

Por fim, vi uma reportagem sobre duas principais universidades inglesas, Cambridge e Oxford, 80% de seus estudantes são de outros países e a maiorias destes, de países asiáticos, adquirem alto conhecimento e voltam para seus países extremamente capacitados. E mais, já chegam lá para estudar com nível educacional bem alto.

Bom, por aqui nem reconhecemos um curso de graduação feito nas melhores do mundo, o estudante ainda teria que REVALIDAR  o diploma, afinal, nosso ensino é de primeiro mundo!!
   

sexta-feira, 12 de julho de 2013

O perigo da Estag-inflação - Parte 2

Há alguns meses atrás escrevi um artigo aqui no Blog sobre o perigo da estag-inflação, isto é, estagnação econômica com inflação. Hoje venho escrever novamente pois ela tem se confirmado.

O Banco Central elevou mais uma vez a taxa básica de juros em mais 0,5% ao ano, para 8,5% ao ano. O terceiro aumento consecutivo para conter a inflação, num momento em que a economia como a estagnar, com baixo crescimento.

O mês de maio teve retração de 1,4% no PIB em relação à Abril. Isto é péssimo. Certamente no mês que vem teremos o anúncio relativo à Junho, onde a retração será maior, em virtude dos protestos que tomaram conta do país e fizeram o comércio parar por muitos dias seguidos. Tudo isso tem impacto direto na economia.

A desconfiança das agência de risco internacionais quanto à contabilidade pública brasileira, fez o país ter fuga de capitais e o dólar subir mais de 10% em apenas um mês. Maquiagens estão sendo feitas para enganar os analistas, como por exemplo, colocar na contabilidade deste ano lucros de estatais que serão distribuídos somente no ano que vem ou antecipação em mais de 1 ano de royalties. Estão computando o dinheiro sem ele existir, isto é maquiagem contábil, gera quebra de confiabilidade na política econômica brasileira.

O Brasil é um dos poucos países do mundo que consegue ter inflação alta com crescimento pífio.

sábado, 1 de junho de 2013

PIB dos Estados Unidos X PIB do Brasil - O mistério!

Estou tentando entender o que está acontecendo com a economia brasileira. Há pouco mais de 4 anos atrás a economia norte-americana afundava numa quebradeira nunca antes vista, ocasionada pelo estouro do "boom" imobiliário, ao concederem empréstimos imobiliários à famílias que não tinham salário estável e nem condições de arcar com as prestações. Bastou os juros internos subirem um pouco, a economia estagnar e um pouco de inflação e as prestações ficaram impagáveis. Vários bancos faliram, uma crise internacional se instalou afetando outros países ao redor do mundo.

Acreditava-se que os Estados Unidos levariam UMA DÉCADA para se reerguer, esta por sinal, foi uma das grandes críticas ao primeiro mandato do presidente Barack Obama, pois a economia não conseguia se reerguer e as demissões continuavam em alta.

Passados 4 anos da crise financeira, o PIB dos Estados Unidos cresceu 2,6% no primeiro trimestre de 2013 enquanto o do Brasil foi 4,5 vezes menor, apenas 0,6%, salvos pela agricultura, pois se fosse pela indústria, tinha sido ZERO.

Lembro-me do Ministro Guido Mantega e da presidente Dilma dizerem que apenas" marolas" tinham pego o Brasil na época da crise financeira e que nosso crescimento era sustentável. Parece que não é sustentável, pois diversos gargalos da economia brasileira continuam fazendo o nosso crescimento o voo da galinha. Enquanto a águia americana começa a voar em altas altitudes e pelo visto não vai mais cair.

Se tivéssemos sofrido a mesma quebra que os EUA sofreram, será que em apenas 4 anos já estaríamos nos reerguendo?

Os preços no Brasil continuam muito altos, quem viaja seguido ao exterior sabe que a única coisa que se compra barato dentro do Brasil é carne bovina, o resto é jogar dinheiro fora. Já começa pelos automóveis, onde pagamos US$ 38.000 por um Corolla, enquanto nos EUA o mesmo custa US$ 14 mil. Além d Brasil ser um dos países mais fechados do mundo quanto a produtos estrangeiros, com inúmeras restrições sanitárias e barreiras alfandegárias.

Vamos ver quanto será o crescimento nos próximos trimestres, continuaremos com inflação alta e baixo crescimento, a chamada estag-inflação? Pelo que tudo indica, sim!

quarta-feira, 29 de maio de 2013

O perigo da estaginflação (estagnação econômica com inflação)

A Economia brasileira vem perdendo o ritmo ano após ano, em função da crise externa e também de problemas internos.
A União Européia só corta gastos, investimentos e salários e afunda o barco cada vez mais. Do outro lado do mundo a China perde força em função também da crise européia. Os Estados Unidos estão remando aos poucos para tentar reerguer a economia novamente, tudo isto, respinga no Brasil, querendo ou não.
Quanto aos problemas internos temos dois fortes fatores:
1- Endividamento do brasileiro.
Nos últimos anos o grande "boom" de consumo não foi só pelo ganhos reais de renda acima da inflação, mas também pelo crédito fácil. Os cartões de crédito passaram a dar limites 3, 4 vezes o valor da renda mensal da pessoa, além de crediários facilitados, empréstimos em tudo quanto é esquina a juros altos, além do maldito crédito consignado, este pelo menos, com juros limitados a 2,5% ao mês.
Temos também o "boom" do mercado imobiliário, que faz os preços dos imóveis subirem 3x a mais que a inflação ano ano, maiores os valores dos imóveis, maior o valor da parcela de financiamento.
2 - Gastos demasiados do governo federal.
Trabalho no setor público e vejo com meus próprios olhos quanto dinheiro desperdiçado. Poderia ser feito um corte tranquilamente de 30% na receita de todos os órgãos públicos e ministérios e o custeio não seria prejudicado, pois existe muita gordura sobrando. Temos também os gastos absurdos com o Bolsa Família, da ordem de R$ 29 bilhões.
Gastos excessivos do governo, sobretudo em custeio, elevam a inflação.

O problema é voltar ao passado com inflação em alta e crescimento em baixa. Não quero ver esse filme novamente!

Se continuarmos neste ritmo de gastos desnecessários, seremos no futuro, a Europa de hoje.

Não estou dizendo que sou a favor da austeridade absurda que estão fazendo por lá, que ao invés de salvar os países, está afundando-os ainda mais. Pois todo corte de gastos tem limite, se é cortado muito mais do que deveria, a economia do país afunda levando junto o setor privado. Estão cortando saúde, educação, aposentadorias e salários, isto é tiro no pé e com calibre .50. Ter no máximo 3% do PIB de dívida, é algo impraticável, vão matar o povo de fome para tentar chegar neste percentual.

Ao invés de gastarem R$ 29 bilhões com bolsa família, poderiam usar isto para asfaltar todas as rodovias de terra que existem neste país, duplicar trechos que precisam ser duplicados, construir novos hospitais, pois atualmente só se fecha hospital e nada se constrói, investir em infra-estrutura! Isto sim gera emprego e renda ao trabalhador e não miséria social.

segunda-feira, 11 de março de 2013

A Grécia no fundo do poço ou o poço é mais fundo?

(Grécia) PIB do país recuou 5,7% no quarto trimestre e 6,4% no acumulado do ano. No acumulado dos últimos 6 anos o recuo do PIB já chegou a mais de 20%.

Será este o fundo do poço ou o poço ainda é mais fundo?

Com a política da Troika (Plano de Austeridade do Banco Central Europeu e FMI), o dinheiro só serviu para salvar os credores, diga-se, bancos. Pois o país vai de mal a pior.

Não entendo como alguns colegas economistas dizem que no longo prazo a economia voltará a crescer como toda esta austeridade nos gastos públicos. Nenhum país sobrevive com apenas 3% de déficit público em relação ao PIB do país. Veja o caso do Brasil, o déficit hoje chega a 60% do PIB. Nos Estados Unidos passam de 100% do PIB, agora, querer que os membros da Eurozone tenham apenas 3% é impraticável.

Ou se injeta dinheiro no consumo doméstico e também em novos investimentos públicos e privados no país, ou a Grécia estará cada vez afundando mais. Lembramos que em muitos países da Europa não há o jeitinho brasileiro para a sobrevivência, isto é, o mercado informal, com camelôs, vendedores de porta em porta, bicos aqui, ali. Muitos destes países possuem uma economia fechada, onde quem não tem seu contrato de trabalho, não tem mais o que fazer, o que dificulta ainda mais a recuperação econômica do país.