A falta de moradia nos grandes centros urbanos tem se agravado nos últimos anos. Mesmo com os esforços do governo federal no programa Minha Casa Minha Vida, para as principais capitais do país o programa não serviu para nada. Qual o motivo? O custo dos terrenos nos grandes centros urbanos é alto demais, praticamente nenhum imóvel em São Paulo, Porto Alegre, Brasília, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, etc, conseguem se enquadrar nos valores limites para que os compradores tenham o benefício do Minha Casa Minha Vida. Qual família de baixa renda tem condições de comprar imóveis na faixa dos R$ 120, 140 mil? Isto por legítimas caixas de fósforo e ainda em áreas de periferia longe dos locais de trabalho.
O Programa deu certo no interior do país e em capitais pequenas, como Rio Branco, no Acre e Maceió, em Alagoas. Agora numa cidade como São Paulo, onde raras são as áreas disponíveis para novas construções e as que se encontra custam valores altíssimo, o programa é inviável e não funciona. O resultado é a criação de movimentos como o MTST (Sem Teto). Todavia, o que se nota no MTST é que querem moradia popular em áreas nobres e isto nunca conseguirão, reclamam que em áreas da periferias precisam andar por horas para ir trabalhar. São Paulo está saturada, a quantidade de emprego disponível no interior de SP é algo concreto e por que estas pessoas não procuram trabalho nestas cidades menores onde a questão da moradia sempre será melhor, com locações mais baratas, os programas habitacionais do governo funcionando e melhor qualidade de vida?
Temos a questão dos prédios abandonados no centro de São Paulo, invadem e querem que vire moradia popular, porém, são prédios altos, com 10, 15 andares, mesmo com uma reforma completa, estes prédios não podem ter elevadores, pois eles possuem custo alto de manutenção. Como fazer uma família com renda de 1 salário mínimo por mês pagar R$ 200,00 de condomínio? Isto é inviável. O mais viável ainda é desmanchar favelas existentes e construir nas próprias áreas as moradias populares, a exemplo do que fez a prefeitura de Porto Alegre.
Com o "boom" imobiliário dos últimos anos, a situação para as famílias de baixa renda ficou ainda pior, estão pagando caro por aluguel de casas na favelas! Um dos programas que mais deu certo e que foram abandonados no final da década de 80 foram as COHABS (Cooperativas Habitacionais). Bairros inteiros surgiram para as comunidades de baixa renda e estão lá até hoje. O sistema de cooperativa dá certo, além dos próprios cooperadores fiscalizarem as obras, reclamações frequentes das moradias populares construídas atualmente, onde a fiscalização cabe ao governo mas nunca é feita, mal o morador toma posse e são inúmeros os problemas de acabamento e até fundações.
Não é uma questão fácil de se resolver! Mas o sistema de cooperação é uma alternativa para o país, sistema abandonado atualmente, mas que sempre funcionou no passado. Infelizmente não em todo o país, pois a questão de ser cooperativo é algo cultural e não algo corriqueiro no Brasil.