Ao ver o Globo Repórter de ontem, dia 25 de Julho, sobre a Holanda, pude fazer algumas comparações rápidas entre lá e cá.
Um país abaixo do nível do mar, soube como ninguém resolver os problemas das inundações com tecnologia, engenharia e criatividade.
Um grande e alto dique com 32 km de comprimento, bases extremamente sólidas de pedra aterrando zonas costeiras e o próprio mar. Por cima do dique, uma grande autopista e mais ciclovias, como é comum por toda a Holanda. Levaram apenas 5 anos para construí-lo. Quanto tempo levaria no Brasil? Vou enumerar alguns problemas que apareceriam por aqui e fariam o tempo de construção ser de 15 ou 20 anos.
1 - No trajeto do dique, mesmo em áreas que alagam seguidamente, foi encontrado alguns índios (2 famílias) que invadiram um pedaço de terra e por alí ficaram, com isso a Funai paralisa as obras até que uma Aldeia ou Vila seja construída para abrigá-los e em outra área que ainda estão procurando e que depois de achar terão que ser construídas casas de alvenaria (e não as casas que eles estão acostumados a morar e constroem por si próprios). Se já estão invadindo a área de terra, por que não alocá-los na mesma área mas recuando-os da área do dique? Agora ficarão livres das inundações.
2 - Como a obra será feita divida em vários trechos, para cada empreiteira que contribui financeiramente com o partido do governo, cada uma fica com um trecho da obra. Mas em algum instante o TCU vai considerar como obra superfaturada. A empreiteira dirá que é porque usa equipamentos mais modernos para a construção, tornando-a mais rápida a obra, mas o TCU não aceita tais equipamentos e suspendem a obra até que a situação se desenrole, o que pode levar mais de um ano.
3 - Em outro trecho, foi descoberto que fizeram licitação apenas com o projeto básico e não com o projeto executivo, que é mais detalhado, dai várias obras não constam e quando veem a necessidade de fazer o orçamento duplica.
4 - O IBAMA levou pelo menos 2 anos para aprovar os estudos de impacto ambiental provisórios de alguns trechos, o que na Holanda existe igual, mas levam apenas 30 dias para a aprovação. Alguns trechos ainda nem foram analisados e nestes as obras ainda não começarão.
5 - Nesse meio tempo a construção do dique que era do PAC1, passou pro PAC2 e depois pro PAC3, depois já nem falam mais pois nem sabem quando acabará.
6 - A rodovia prevista para passar por cima do dique não foi colocada no projeto da construção do dique, várias coisas teriam que ser alteradas, os estudos de impacto ambientais mudariam por completo, não há previsão alguma para a construção da rodovia.
7 - poderia enumerar mais e mais burocracias e empecilhos...
Anualmente vejo cidades serem inundadas por rios e nenhuma obra é pensada no sentido de se evitar as inundações.
Onde resido, em São Borja, fronteira oeste/missões do RS, todo ano o Rio Uruguai tem uma cheia, neste ano a mesma foi a 2a maior da história da cidade, só comparada com a de 1983. A forma como o Rio Uruguai inunda a parte ribeirinha é facilmente resolvida com um dique ao longo de toda a extensão do rio com a parte urbana da cidade. Um dique de cerca de no máximo 2 km resolveria o problema para o resto da vida. Rio Uruguai não tem ondas altas como o mar que banha boa parte da Holanda. O leito do rio não precisaria nem ser aterrado, os aterros seriam em terra mesmo. E por cima do dique poderia haver uma grande avenida ligando a ponte internacional, ligação com a Argentina, e a cidade. Junto dela restaurantes, marinas, bares e áreas de lazer, que nunca mais seriam inundadas pelo rio.
Quantas outras cidades não poderiam fazer a mesma coisa? Jaraguá do Sul, Rio do Sul, , São Sebastião do Caí, etc.
Tal assunto passa longe do pensamento dos governantes, que preferem depois das enchentes irem pedir dinheiro para o governo federal por causa dos problemas causados pela inundação, do que pensarem em obras que evitarão transtornos para a população pelo resto da vida.
sábado, 26 de julho de 2014
terça-feira, 17 de junho de 2014
O problema da falta de moradia no Brasil
A falta de moradia nos grandes centros urbanos tem se agravado nos últimos anos. Mesmo com os esforços do governo federal no programa Minha Casa Minha Vida, para as principais capitais do país o programa não serviu para nada. Qual o motivo? O custo dos terrenos nos grandes centros urbanos é alto demais, praticamente nenhum imóvel em São Paulo, Porto Alegre, Brasília, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, etc, conseguem se enquadrar nos valores limites para que os compradores tenham o benefício do Minha Casa Minha Vida. Qual família de baixa renda tem condições de comprar imóveis na faixa dos R$ 120, 140 mil? Isto por legítimas caixas de fósforo e ainda em áreas de periferia longe dos locais de trabalho.
O Programa deu certo no interior do país e em capitais pequenas, como Rio Branco, no Acre e Maceió, em Alagoas. Agora numa cidade como São Paulo, onde raras são as áreas disponíveis para novas construções e as que se encontra custam valores altíssimo, o programa é inviável e não funciona. O resultado é a criação de movimentos como o MTST (Sem Teto). Todavia, o que se nota no MTST é que querem moradia popular em áreas nobres e isto nunca conseguirão, reclamam que em áreas da periferias precisam andar por horas para ir trabalhar. São Paulo está saturada, a quantidade de emprego disponível no interior de SP é algo concreto e por que estas pessoas não procuram trabalho nestas cidades menores onde a questão da moradia sempre será melhor, com locações mais baratas, os programas habitacionais do governo funcionando e melhor qualidade de vida?
Temos a questão dos prédios abandonados no centro de São Paulo, invadem e querem que vire moradia popular, porém, são prédios altos, com 10, 15 andares, mesmo com uma reforma completa, estes prédios não podem ter elevadores, pois eles possuem custo alto de manutenção. Como fazer uma família com renda de 1 salário mínimo por mês pagar R$ 200,00 de condomínio? Isto é inviável. O mais viável ainda é desmanchar favelas existentes e construir nas próprias áreas as moradias populares, a exemplo do que fez a prefeitura de Porto Alegre.
Com o "boom" imobiliário dos últimos anos, a situação para as famílias de baixa renda ficou ainda pior, estão pagando caro por aluguel de casas na favelas! Um dos programas que mais deu certo e que foram abandonados no final da década de 80 foram as COHABS (Cooperativas Habitacionais). Bairros inteiros surgiram para as comunidades de baixa renda e estão lá até hoje. O sistema de cooperativa dá certo, além dos próprios cooperadores fiscalizarem as obras, reclamações frequentes das moradias populares construídas atualmente, onde a fiscalização cabe ao governo mas nunca é feita, mal o morador toma posse e são inúmeros os problemas de acabamento e até fundações.
Não é uma questão fácil de se resolver! Mas o sistema de cooperação é uma alternativa para o país, sistema abandonado atualmente, mas que sempre funcionou no passado. Infelizmente não em todo o país, pois a questão de ser cooperativo é algo cultural e não algo corriqueiro no Brasil.
O Programa deu certo no interior do país e em capitais pequenas, como Rio Branco, no Acre e Maceió, em Alagoas. Agora numa cidade como São Paulo, onde raras são as áreas disponíveis para novas construções e as que se encontra custam valores altíssimo, o programa é inviável e não funciona. O resultado é a criação de movimentos como o MTST (Sem Teto). Todavia, o que se nota no MTST é que querem moradia popular em áreas nobres e isto nunca conseguirão, reclamam que em áreas da periferias precisam andar por horas para ir trabalhar. São Paulo está saturada, a quantidade de emprego disponível no interior de SP é algo concreto e por que estas pessoas não procuram trabalho nestas cidades menores onde a questão da moradia sempre será melhor, com locações mais baratas, os programas habitacionais do governo funcionando e melhor qualidade de vida?
Temos a questão dos prédios abandonados no centro de São Paulo, invadem e querem que vire moradia popular, porém, são prédios altos, com 10, 15 andares, mesmo com uma reforma completa, estes prédios não podem ter elevadores, pois eles possuem custo alto de manutenção. Como fazer uma família com renda de 1 salário mínimo por mês pagar R$ 200,00 de condomínio? Isto é inviável. O mais viável ainda é desmanchar favelas existentes e construir nas próprias áreas as moradias populares, a exemplo do que fez a prefeitura de Porto Alegre.
Com o "boom" imobiliário dos últimos anos, a situação para as famílias de baixa renda ficou ainda pior, estão pagando caro por aluguel de casas na favelas! Um dos programas que mais deu certo e que foram abandonados no final da década de 80 foram as COHABS (Cooperativas Habitacionais). Bairros inteiros surgiram para as comunidades de baixa renda e estão lá até hoje. O sistema de cooperativa dá certo, além dos próprios cooperadores fiscalizarem as obras, reclamações frequentes das moradias populares construídas atualmente, onde a fiscalização cabe ao governo mas nunca é feita, mal o morador toma posse e são inúmeros os problemas de acabamento e até fundações.
Não é uma questão fácil de se resolver! Mas o sistema de cooperação é uma alternativa para o país, sistema abandonado atualmente, mas que sempre funcionou no passado. Infelizmente não em todo o país, pois a questão de ser cooperativo é algo cultural e não algo corriqueiro no Brasil.
Assinar:
Postagens (Atom)