A Argentina parece ser dirigida por pessoas sem a menor noção da realidade, dando da presidente como de seus ministros.
O primeiro caso é a proibição em lei de divulgação de índices de inflação de órgãos não oficiais do governo. É como que a FIPE e FGV fossem proibidas de divulgarem seus cálculos inflacionários, sendo permitido apenas o índice oficial do IBGE. Isso é a coisa mais estúpida que já vi; tentar mascarar o verdadeiro índice de inflação do país. A primeira burrice é porque o problema não é combatido como deveria ser, a segunda é porque os salários terão reposição inflacionária apenas pelos índices oficiais 50% menores que os índices reais de inflação.
O governo manipula os índices e divulga que a inflação argentina não chega a 2 dígitos, isto é, não chega a 10% ao ano, ficando da ordem de 8 a 9%. Cálculos não oficiais chegam a mais de 20% ao ano. Em 4 anos, as perdas acumuladas no salários chegarão 50%, isto é, o poder aquisitivo dos salários será 50% menor, se antes o cidadão comprava com seu salário um carrinho cheio no supermercado, passará a comprar apenas meio carrinho.
A segunda burrice argentina é querer controlar totalmente a entrada de produtos importados, sobretudos do Brasil. Dizendo se o produto poderá entrar ou não e o quantitativo que poderá entrar, principalmente nos automóveis. Ora, existem acordos comerciais bilaterais do setor automotivo. Carros oriundos da Ásia pagam 30% a mais de IPI, oriundos da Argentina não pagam nada. Para cada carro que exportamos para a Argentina, importamos um carro de lá.
Quando um país começa a desrespeitar os acordos comerciais, está desrespeitando os países com os quais fez os acordos, passível de sanções por parte da OMC (Organização Mundial do Comércio). Pelo visto é o que a Argentina está querendo, retaliações sérias. O Mercosul na verdade passou a ser uma piada. Por sinal, há tempos já era, mas agora tomou forma mais concreta (piada pronta).